PRÊMIO CAMÕES

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Fafá de Belém se emociona e Mia Couto diz que Nobel deveria ir para Buarque

A cantora Fafá de Belém se emocionou ao falar sobre o prêmio Camões, entregue a Chico Buarque, no Palácio de Queluz, em Portugal, e sobre a obra do cantor, autor e compositor brasileiro

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Para ela, a laureação representa um resgate da cultura brasileira. “Eu acho que para Chico Buarque, para o Brasil… eu fico emocionada… para o povo brasileiro, é o reencontro finalmente do Estado com a arte do seu país”, disse

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Nós fomos rejeitados, difamados, foram insinuadas coisas horríveis de uma forma que ninguém sabe mensurar o porquê. Sem cultura, o país não existe. E hoje é o resgate desse reencontro do seu país com a cultura do Brasil, com o seu maior compositor”

Fafá de Belém

O escritor moçambicano Mia Couto brincou que o Prêmio Nobel de Literatura de Bob Dylan deveria ser atribuído a Chico Buarque

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Eu sou suspeito, porque sou apaixonado antes mesmo de conhecer a escrita literária do Chico, já conhecia a poesia dele e vou dizer uma coisa: acho que se houve um prêmio Nobel para um autor, esse prêmio deveria ir para o Chico. Que o Bob Dylan me perdoe, mas esse prêmio deveria ir pro Chico”

Mia Couto

O escritor também observou que o poeta português Luís Vaz de Camões é quem ganha com a premiação

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“Acho que é quase o inverso. O Camões fica a ganhar com essa presença, com a outorga deste prêmio a um nome tão grande da nossa língua, da nossa comunidade lusófona. O Chico não só merece, mas merecia desde o primeiro momento”, destacou

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O prêmio Camões foi atribuído a Chico Buarque em 2019, mas com a recusa de Jair Bolsonaro (PL) em assinar o diploma, a premiação ficou suspensa. Na ocasião, o autor disse que a negativa de Bolsonaro era uma segunda premiação

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A demora para a entrega do prêmio também foi comentada pelas personalidades presentes

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“Como o Chico disse, serve duplamente [de prêmio], porque não vai receber das mãos de quem ele não queria, e agora vai receber das mãos de quem ele realmente quer. É um prêmio duplo”, ressaltou Mia Couto

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No seu discurso, Chico Buarque afirmou que temia que o prêmio fosse esquecido. “Lá se vão quatro anos que o prêmio foi anunciado e eu me perguntava se haviam me esquecido.”

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Recebo este prêmio menos como honraria pessoal e mais como desagravo a tantos autores e artistas humilhados e ofendidos nesses últimos anos de estupidez e obscurantismo”, 

Chico Buarque