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O atual surto da mpox na África está gerando preocupações entre especialistas, cientistas e autoridades sanitárias devido ao risco de uma nova variante do vírus, mais letal e transmissível, se espalhar para outras regiões não endêmicas
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A nova variante em questão é a clado 1B, um subtipo do clado 1, a forma mais transmissível e mais letal da doença. Esse clado é endêmico na República Democrática do Congo e é responsável pelo surto atual
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Mpox é uma doença infecciosa causada por um vírus da família do vírus da varíola (já erradicada), o Orthopoxvirus. A transmissão ocorre por meio do contato com pessoas infectadas ou materiais contaminados pelo vírus
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“O quadro clínico inicial, chamado período prodrômico, é caracterizado por febre, mal-estar, cefaleia e aumento de gânglios que duram entre 1 e 3 dias”, explica Eduardo Medeiros, professor associado da disciplina de Infectologia da Escola Paulista de Medicina da Unifesp
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Depois desse período, começam a surgir os sintomas mais específicos e característicos da mpox, como o surgimento das lesões da pele, que podem acometer o corpo todo
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Os pacientes podem apresentar lesões nas palmas das mãos, das solas dos pés e lesões distribuídas por toda a extensão do corpo. Essas lesões começam como uma pápula, que se enche de líquido, transformando-se numa vesícula e, posteriormente, numa pústula. Depois que ela cicatriza, forma uma crosta
Giliane Trindade, professora de microbiologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
“Em alguns pacientes, a infecção pode se disseminar, ou seja, pode evoluir de uma erupção cutânea ou genital e chegar ao sangue, alcançando diferentes partes do corpo e causando o que chamamos de ‘doença disseminada", afirma
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De acordo com Trindade, já se sabe, através da literatura científica, que a variante 1 do vírus da mpox é mais virulenta que a variante 2. “O clado 1 está associado a uma doença mais grave do que o vírus do clado 2, que emergiu em 2022”
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O que vemos, historicamente, na região endêmica é que as pessoas infectadas com a variante 1 podem desenvolver um quadro com um número muito alto de lesões na pele — mais de 250 lesões, por exemplo. Isso é considerado muito grave e essas lesões podem levar a uma infecção secundária por bactéria
Giliane Trindade, professora de microbiologia do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Além disso, quadros graves de mpox podem levar, também, a infecções no sistema nervoso central, pneumonia e sepse (infecção generalizada)
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Segundo a OMS, pessoas imunossuprimidas correm maior risco de desenvolver mpox grave ou morrer. Além disso, pessoas com HIV avançada também têm um risco elevado de óbito se tiverem uma infecção grave, de acordo com a entidade
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