MONSTROS DA ECONOMIA

Brasil caminha para cenário de estagflação, alertam economistas

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Segundo especialistas ouvidos pelo CNN Brasil Business, falta pouco para o país reviver um quadro de estagflação, quando dois monstros da economia se juntam: inflação alta com baixo crescimento

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Pressionado sobretudo pelos combustíveis e pela energia elétrica, o IPCA, índice oficial de preços, já encostou nos dois dígitos em 12 meses, muito acima do teto da meta para o ano

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Enquanto isso, as previsões para o avanço do PIB (Produto Interno Bruto) no terceiro trimestre já ficam perto de zero, depois de uma leve queda na atividade de 0,1% de abril a junho

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Isso é preocupante. Se tivermos outro trimestre com PIB negativo, já entramos em uma estagflação técnica, já que a inflação está bastante alta

Matheus Peçanha, economista e pesquisador da Fundação Getulio Vargas

O último processo claro de estagflação que o Brasil viveu foi nos anos de 2015 e 2016. No primeiro, a economia retraiu 3,5% com um IPCA maior que 10%. No segundo, a retração foi de 3,3%, com inflação de 6,29%

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Hoje, o país ainda não pode ser enquadrado num cenário de estagflação, na opinião de Alexandre Espirito Santo, economista chefe da Órama, mas o quadro pode mudar em breve, caso a situação fiscal se agrave

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Já para Sergio Vale, economista chefe da MB Associados, o país já vive num processo de estagflação, considerando um período mais longo

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É um pouco do que estamos passando agora. Se considerarmos o intervalo de 2020 a 2022, são três anos de inflação pressionada com crescimento muito baixo

Sergio Vale, economista chefe da MB Associados

O economista leva em conta um crescimento acumulado de 0,8% nesse período, considerando a previsão de 0,4% no PIB de 2022, ante uma inflação acumulada de 18,2%, e uma expectativa de IPCA em 4,7% no ano que vem

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Se formos mais longe e considerarmos a última década, o cenário se torna ainda mais gritante: de 2011 a 2020, o IPCA acumulou alta de 74% com crescimento médio em torno de 0,3% ao ano, calcula Espirito Santo

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Esse cenário foi agravado pela recessão de 2015 e 2016 e pela pandemia

Alexandre Espirito Santo, economista chefe da Órama 

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