Tarifas “recíprocas” de Trump não são o que parecem; entenda

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As tarifas massivas que o presidente Donald Trump anunciou para dezenas de parceiros comerciais foram apresentadas como “recíprocas”, visando simplesmente igualar as tarifas que outros países cobram dos Estados Unidos

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Mas a metodologia por trás da tentativa de Trump de reequilibrar o comércio não tem nada a ver com a tarifa que os países estrangeiros impõem aos EUA. O cálculo feito pela administração Trump foi extremamente simplificado

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O cálculo levou em conta um  amplo conjunto de questões  como investimento chinês,  suposta manipulação de moeda  e regulamentações de outros países. O cálculo da administração dividiu o déficit comercial de um país com os EUA por suas exportações para o país, multiplicado por 1/2

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O presidente está basicamente usando um marreta para lidar com uma lista de queixas, usando o déficit comercial que outros países têm com os EUA como bode expiatório. E o cálculo vago pode ter amplas implicações para países dos quais os EUA dependem para obter bens — e para as empresas estrangeiras que os fornecem

Não parece ter havido nenhuma tarifa usada  no cálculo da taxa. A administração Trump está mirando especificamente  em nações com grandes superávits comerciais  com os Estados Unidos  em relação às suas exportações para o país.

Mike O’Rourke, estrategista-chefe de marketing da Jones Trading

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Os números reais provavelmente estão mais próximos da “taxa tarifária média aplicada pela Nação Mais Favorecida (NMF)”, um teto de impostos de importação que mais de 160 nações da Organização Mundial do Comércio concordaram em cobrar umas das outras, embora variem por setor

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Para países com acordos comerciais em vigor, pode haver tarifas menores ou nenhuma. Trump frequentemente diz que sua política comercial está enraizada em um lema simples: “Eles nos cobram, nós cobramos deles”. Acontece que não é tão simples assim

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Muitas das questões que o  governo destacou, com as quais está preocupado, não são realmente sobre tarifas”, disse Sarah Bianchi, estrategista-chefe de assuntos políticos internacionais e políticas públicas da Evercore ISI, durante um painel organizado pela Brookings Institution

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As tarifas são uma suposta resposta de Trump às barreiras não comerciais, mas o “Dia da Libertação” ainda não era a abordagem correta para lidar com medidas não tarifárias de outros países, disse Joe Brusuelas, economista-chefe da empresa de insights de mercados RSM

Se você olhar para a fórmula que a Casa Branca apresentou para como eles estabeleceram os novos níveis tarifários, eles não tinham nada a ver com barreiras não tarifárias. Pareceu-me um esforço improvisado para punir países por terem grandes superávits comerciais com  os Estados Unidos.

Joe Brusuelas, economista-chefe da empresa de insights de mercados RSM, em entrevista à CNN

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A justificativa da administração Trump é que os déficits comerciais são uma emergência. Muitos países têm déficit comercial com os EUA, de acordo com dados comerciais, mas isso não é necessariamente uma emergência, como explica John Dove, professor de economia na Troy University

Quando vou à loja e compro mantimentos com dinheiro, tenho um déficit comercial com meu supermercado, mas isso significa que estou pior? Obviamente não. Esses são bens que eu quero, e não preciso fornecer um bem ou serviço recíproco em troca. Isso não é necessariamente uma coisa boa  ou ruim. É apenas uma realidade.

John Dove, professor de economia na Troy University, à CNN

O problema mais preocupante é que essas tarifas generalizadas incentivam nossos parceiros comerciais a revidar. [Se isso acontecer, os EUA] poderiam muito rapidamente acabar em uma situação em que teriam 25% da economia mundial contra  os outros 75%. E posso dizer  quem sairá na frente nisso.

John Dove, professor de economia na Troy University, à CNN

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