Reuters/Carlos Barria
U.S. NETWORK POOL
As tarifas massivas que o presidente Donald Trump anunciou para dezenas de parceiros comerciais foram apresentadas como “recíprocas”, visando simplesmente igualar as tarifas que outros países cobram dos Estados Unidos
REUTERS/Leah Millis
Mas a metodologia por trás da tentativa de Trump de reequilibrar o comércio não tem nada a ver com a tarifa que os países estrangeiros impõem aos EUA. O cálculo feito pela administração Trump foi extremamente simplificado
Pexels
O cálculo levou em conta um amplo conjunto de questões como investimento chinês, suposta manipulação de moeda e regulamentações de outros países. O cálculo da administração dividiu o déficit comercial de um país com os EUA por suas exportações para o país, multiplicado por 1/2
Chip Somodevilla/Getty Images
O presidente está basicamente usando um marreta para lidar com uma lista de queixas, usando o déficit comercial que outros países têm com os EUA como bode expiatório. E o cálculo vago pode ter amplas implicações para países dos quais os EUA dependem para obter bens — e para as empresas estrangeiras que os fornecem
Não parece ter havido nenhuma tarifa usada no cálculo da taxa. A administração Trump está mirando especificamente em nações com grandes superávits comerciais com os Estados Unidos em relação às suas exportações para o país.
Mike O’Rourke, estrategista-chefe de marketing da Jones Trading
Pexels
Os números reais provavelmente estão mais próximos da “taxa tarifária média aplicada pela Nação Mais Favorecida (NMF)”, um teto de impostos de importação que mais de 160 nações da Organização Mundial do Comércio concordaram em cobrar umas das outras, embora variem por setor
Pexels
Para países com acordos comerciais em vigor, pode haver tarifas menores ou nenhuma. Trump frequentemente diz que sua política comercial está enraizada em um lema simples: “Eles nos cobram, nós cobramos deles”. Acontece que não é tão simples assim
Reprodução/YouTube/CNBC
“Muitas das questões que o governo destacou, com as quais está preocupado, não são realmente sobre tarifas”, disse Sarah Bianchi, estrategista-chefe de assuntos políticos internacionais e políticas públicas da Evercore ISI, durante um painel organizado pela Brookings Institution
Pexels
As tarifas são uma suposta resposta de Trump às barreiras não comerciais, mas o “Dia da Libertação” ainda não era a abordagem correta para lidar com medidas não tarifárias de outros países, disse Joe Brusuelas, economista-chefe da empresa de insights de mercados RSM
Se você olhar para a fórmula que a Casa Branca apresentou para como eles estabeleceram os novos níveis tarifários, eles não tinham nada a ver com barreiras não tarifárias. Pareceu-me um esforço improvisado para punir países por terem grandes superávits comerciais com os Estados Unidos.
Joe Brusuelas, economista-chefe da empresa de insights de mercados RSM, em entrevista à CNN
Freepik
A justificativa da administração Trump é que os déficits comerciais são uma emergência. Muitos países têm déficit comercial com os EUA, de acordo com dados comerciais, mas isso não é necessariamente uma emergência, como explica John Dove, professor de economia na Troy University
Quando vou à loja e compro mantimentos com dinheiro, tenho um déficit comercial com meu supermercado, mas isso significa que estou pior? Obviamente não. Esses são bens que eu quero, e não preciso fornecer um bem ou serviço recíproco em troca. Isso não é necessariamente uma coisa boa ou ruim. É apenas uma realidade.
John Dove, professor de economia na Troy University, à CNN
O problema mais preocupante é que essas tarifas generalizadas incentivam nossos parceiros comerciais a revidar. [Se isso acontecer, os EUA] poderiam muito rapidamente acabar em uma situação em que teriam 25% da economia mundial contra os outros 75%. E posso dizer quem sairá na frente nisso.
John Dove, professor de economia na Troy University, à CNN