unsplash
Em maio deste ano, a influenciadora norte-americana Golloria viralizou no TikTok ao mostrar a falta de diversidade na indústria de beleza enquanto exibia o próprio rosto com a base mais escura lançada pela marca de cosméticos YouthForia
instagram/golloria
“Não há nenhum pigmento nesta base além de óxido preto puro. Eles sabiam exatamente o que estavam fazendo. Isso não é um erro”, criticou ela em uma das publicações na rede
instagram/golloria
Já em outubro, foi a vez da empresária brasileira Mari Saad disponibilizar os primeiros produtos de sua própria marca de beleza, nomeada de Mascavo. Além dos pincéis, o lançamento trouxe blush, contorno e iluminador em stick e um bronzer em pó
instagram/mari saad
Não demorou muito para os itens repercutirem negativamente entre internautas, sob a justificativa de que as tonalidades não funcionavam em peles mais escuras ou retintas
instagram/mascavo
Os casos trouxeram desdobramentos com críticas que reacenderam o alerta diante de uma antiga discussão: o racismo cosmético
instagram/mascavo
À CNN, Angélica Silva, maquiadora e um dos principais nomes no mercado da influência de beleza, conta o que há por trás do termo. “A desigualdade e o quão a indústria cosmética ainda deixa de oferecer produtos adequados para a maioria dos tons de pele”, explica
instagra,m/angélica silva
Muitas vezes a intenção é parecer inclusiva justamente para não causar ‘burburinho’ sobre algum lançamento pendente. Essa é uma forma de ‘calar a boca do público’ com a seguinte mensagem: ‘nós temos produtos para a pele negra retinta’. Mas, em que circunstâncias? Com produtos que nitidamente não tiveram a mesma atenção que os de pele clara e que não foram devidamente estudados ou direcionados para um público específico”
Angélica Silva, maquiadora e influenciadora
Angélica ainda acrescenta que a problemática vai além, uma vez que as escolhas são intencionais. “Não há dificuldade nenhuma. Os mesmos pigmentos vendidos para a formulação de produtos para peles brancas também incluem peles pretas. Isso é escolha”
instagram/angélica silva
Para além de promessas e acordos, democratizar a indústria cosmética no Brasil, considerado o quarto país que mais consome produtos de beleza no mundo, exige estudo e consultoria — especialmente daqueles que se comunicam diretamente com o público
unsplash
“As marcas precisam realmente incluir e não fazer qualquer coisa para se livrar das críticas relacionadas ao racismo. Marcas que apostam em diversidade real de tons são, inclusive, as mais indicadas em resenhas digitais”, diz a maquiadora
instagram/angélica silva