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Tempestades mais agressivas e devastadoras estão se tornando cada vez mais comuns no Brasil. Mas o que tem causado a frequência dessas chuvas fortes e desastres? Segundo especialistas, esses eventos adversos são resultados das mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global
Paulo Artaxo, físico e professor da Universidade de São Paulo (USP)
Algumas regiões estão sofrendo enormes excessos de chuva e outras estão diminuindo a precipitação. Los Angeles é uma área onde a precipitação diminuiu muito fortemente, tornando a vegetação mais seca e facilitando a ocorrência de incêndios
Paulo Artaxo, físico e professor da Universidade de São Paulo (USP)
Segundo informações do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o aumento das temperaturas está mudando os padrões climáticos, causando invernos mais quentes e ciclones mais frequentes, além das tempestades mais destrutivas
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Com a temperatura da Terra subindo, eventos climáticos extremos – como ondas de calor – serão cada vez mais frequentes e poderão ser mais intensos e duradouros: 2024 foi o ano mais quente da história
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Efeito El Niño Com essas mudanças, fenômenos naturais – como é o caso do El Niño – acabam se tornando fatores agravantes do aquecimento global. Esse fenômeno atmosférico-oceânico causa aumento no calor do oceano e eventos ambientais em decorrência disso
Nasa
O El Niño impulsiona as temperaturas globais e maior umidade em algumas regiões, e a própria circulação atmosférica ele modifica um pouco em algumas regiões. No Sul, por exemplo, vamos ter mais umidade, condições atmosféricas favoráveis até para a intensificação de ciclones, que estão tendo todas as condições para se fortalecerem
Karina Lima, doutoranda em Climatologia (UFRGS) e divulgadora científica
Com essas mudanças climáticas e o aumento das precipitações, os resultados podem ser sentidos e vistos em diferentes esferas. O grande volume de chuvas desencadeia deslizamentos de terra, inundações e outros fenômenos que podem resultar em mortes
Reprodução/ Prefeitura de Ipatinga
O Brasil central está se tornando muito mais seco do que era antes, o que certamente vai prejudicar a produtividade agrícola. E regiões do Nordeste, em que já chovia muito pouco, está chovendo menos ainda e fazendo com que essas regiões que eram semiáridas hoje podem ser classificadas como regiões áridas
Paulo Artaxo, físico e professor da Universidade de São Paulo (USP)
Além disso, as mudanças climáticas, como as fortes chuvas, ameaçam a segurança energética. Os efeitos do aquecimento global podem impactar a geração e distribuição de energia, com as chuvas causando desgaste nas usinas enquanto têm menor aproveitamento de água de efluentes
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Por conta da importância dos recursos naturais e do clima para as fontes renováveis, o setor de energia é muito vulnerável aos impactos determinados pelas mudanças climáticas e eventos extremos do clima, seja na produção e abastecimento, seja na transmissão e demanda
Especialistas em “Mudança do Clima no Brasil – Síntese Atualizada e Perspectivas para Decisões Estratégicas”