Câncer de mama: mulheres atendidas no SUS vivem menos tempo, diz estudo

Michelle Leman/Pexels

Um estudo recente feito com mais de 65 mil mulheres de São Paulo mostrou que as pacientes atendidas na rede pública do Estado são diagnosticadas com câncer de mama em estágio mais avançado e têm menor sobrevida em comparação às mulheres atendidas na rede privada

Klaus Nielsen/Pexels

De acordo com o levantamento, enquanto 81,6% das pacientes em estágio I (inicial)na rede privada estavam vivas após 10 anos, esse índice cai para 77,5% no SUS; em estágio III (avançado), a diferença é ainda maior: 55,6%, na rede privada, contra 39,6%, na rede pública

ROCKETMANN TEAM/Pexels

O trabalho, liderado pelo radio-oncologista Gustavo Nader Marta, presidente da Sociedade Brasileira de Radioterapia, analisou dados de 65.543 mulheres diagnosticadas entre 2000 e 2020 no estado de São Paulo, comparando os desfechos entre aquelas tratadas na rede pública, pelo SUS

Anna Tarazevich f/Pexels

"O que nossos dados demonstram de forma inequívoca é que o local de tratamento ainda determina fortemente o prognóstico das pacientes. Isso reflete desigualdades estruturais e precisa ser enfrentado com urgência", afirma o pesquisador

Tara Winstead/Pexels

A análise mostrou que pacientes da rede privada chegam ao consultório com mais frequência em estágios iniciais da doença, quando as chances de o tratamento ser bem-sucedido são maiores: 41,4% foram diagnosticadas em estágio I, contra apenas 21,2% no SUS

Thirdman/Pexels

No sistema público, por outro lado, os diagnósticos em estágio avançado são significativamente mais comuns: 29,5% das mulheres estavam em estágio III e 11,1% já tinham metástase (estágio IV), contra 16,9% e 5,3%, respectivamente, na rede privada

Michelle Lem/Pexels

Os números da pesquisa reforçam a importância do diagnóstico precoce e do fortalecimento de políticas públicas de rastreamento e maior acesso a exames de imagem de forma equitativa

Thirdman/Pexels

Quando comparamos público e privado, existem facilidades maiores de acesso [na rede privada]. E outra questão importante é que não adianta ter a disponibilidade [de exames], se não há conscientização sobre a necessidade de fazer este rastreamento

Gustavo Nader Marta, presidente da Sociedade Brasileira de Radioterapia (SBRT)