“Chemsex”: associação entre drogas e sexo tem alarmado especialistas

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Fazer sexo sob o efeito de drogas não é um comportamento novo,  mas tem chamado cada vez mais  a atenção de especialistas e autoridades em saúde

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Esse hábito ganhou até nome: chemsex, uma abreviação da expressão em inglês chemical sex (ou “sexo químico”, em livre tradução), que se refere ao ato sexual associado ao uso de substâncias psicoativas

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O consumo de drogas  em contextos sexualizados  não é algo recente. Mas a combinação disso com novas tecnologias, substâncias  e até mesmo doenças diferencia o chemsex desse comportamento já bastante conhecido historicamente

Marina Del Rei,  especialista em assistência a usuários de álcool e outras drogas

Em geral, a prática está ligada ao consumo de álcool, cannabis, ketamina (“key”), ecstasy (“bala”), LSD (“doce”), metanfetamina (“cristal” ou “tina”), GHB (“boa noite Cinderela”) ou nitrito de alquila (poppers)

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Essas drogas atuam diretamente no cérebro, intensificando sensações de prazer, relaxamento e desinibição. O uso dessas substâncias se soma à facilidade de encontrar parceiros em um mundo cada vez mais conectado

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Diversos fatores podem levar à prática, a começar pela ação das drogas: a cannabis pode provocar uma sensação de dilatação do tempo, fazendo com que a experiência sexual pareça mais prolongada e intensa; já a inalação dos poppers aumenta a excitação e relaxa a musculatura, facilitando a penetração 

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O limiar entre o efeito pretendido para recreação  e o limite para que aquela substância se torne tóxica, oferecendo riscos de overdose e outros problemas de saúde, é muito próximo dependendo da substância, por exemplo,  o GHB. Por isso é tão importante falarmos sobre redução de danos; a diferença entre o medicamento  e o veneno está na dose

Saulo Vito Ciasca, psiquiatra  do Einstein Hospital Israelita

Prestar atenção aos próprios limites e refletir sobre a experiência com  as substâncias, sobretudo com a ajuda de um profissional, são práticas que ajudam a fazer um uso mais consciente e informado desses produtos

Marina Del Rei, especialista em assistência a usuários de álcool e outras drogas

Uma meta-análise publicada em abril no periódico Healthcare aponta prevalência global de 12,66% na prática do chemsex, considerando diferentes países, gêneros e orientações sexuais

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A prática pode favorecer  o desenvolvimento  de quadros psicológicos graves, aumentar a vulnerabilidade a infecções sexualmente transmissíveis e, sem conhecimento de estratégias de redução de danos, levar a um transtorno por uso de substâncias

Marina Del Rei,  especialista em assistência a usuários de álcool e outras drogas

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