PEXELS
O psiquiatra David Nutt, professor da Imperial College London, se dedica ao estudo do impacto das drogas no cérebro. Para ele, as pessoas “associam o cheiro e o sabor da sua bebida favorita aos efeitos no cérebro e ao prazer que está por vir”
PEXELS
David Nutt
Mas esse bem-estar, associado a um estado de “euforia” decorrente da ingestão das primeiras bebidas alcoólicas, rapidamente pode transformar-se num estado de consciência alterado de tal forma que pode levar a perdas de memória – o chamado “blackout”
PEXELS
Tudo isto porque o álcool, uma vez ingerido, chega ao cérebro em poucos minutos através da corrente sanguínea, e ali estimula o “Gaba” (Ácido gama-aminobutírico), o nosso neurotransmissor inibitório
PEXELS
Segundo David Nutt, “para a maioria das pessoas, fica um pouco reduzido em situações sociais, tornando-as mais ansiosas e tensas”
PEXELS
O neurologista João Massano, coordenador da Unidade de Neurocognição e Demências do Hospital CUF, em Portugal, explica à CNN que é justamente para aliviar a tensão que as pessoas costumam procurar no álcool uma forma rápida de se desinibirem
PEXELS
Ao estimular o Gaba, o álcool “atua como se fosse quase um fármaco” no nosso organismo, compara a psiquiatra Ana Margarida Franco, que trabalha no departamento das adições do Hospital Monsanto, na Amadora
PEXELS
De acordo com a especialista, o efeito do álcool no cérebro é muito semelhante ao das benzodiazepinas, medicamentos habitualmente receitados para aliviar o stress e a ansiedade
PEXELS
Por isso, é natural que, após as primeiras bebidas, a pessoa fique “mais desinibida e mais sociável”, indica a psiquiatra. Esta é a fase da “euforia”, como classifica o neurologista João Massano, associando-a uma “sensação de relaxamento e confiança”
PEXELS
À medida que o consumo de álcool aumenta, vai-se passando para uma outra fase do consumo de álcool, que se traduz num estado de “confusão, com descoordenação de movimentos e, por vezes, perda de consciência”
PEXELS
E, “doses muito altas, podemos mesmo ter morte associada, depressão respiratória ou coma”, acrescenta a psiquiatra. É nesta última fase, da perda de consciência, que podem ocorrer os chamados “blackouts” – uma perda de memória, total ou parcial
PEXELS
Isso ocorre “quando a quantidade de álcool é suficiente para afetar o funcionamento dos circuitos de memória”, explica João Massano
PEXELS
Ou seja, apesar de se ter mantido consciente durante o período em que esteve sob o efeito de álcool, posteriormente não tem memória do que fez nesse mesmo período
PEXELS