REUTERS/Jim Gathany/CDC
Pesquisadores brasileiros descobriram compostos químicos presentes em esponjas marinhas com potencial de eliminar o parasita causador da malária – até mesmo as cepas resistentes a antimaláricos convencionais
Reprodução/CDC
Causada por protozoários e transmitida por picadas de mosquitos do gênero Anopheles, a malária é uma das doenças infecciosas que mais matam no mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), somente em 2023 foram cerca de 600 mil vítimas
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Os dois compostos (batzelladinas F e L) recém-descobertos apresentaram ação rápida contra os parasitas causadores da malária – o Plasmodium falciparum, predominante no continente africano, e o Plasmodium vivax, principal agente causador de malária na América do Sul
Mendes. G.. et al./ACS Infectious Diseases
São resultados robustos, que nos trazem esperança de um novo tratamento. Embora os compostos não tenham eliminado por completo os protozoários, eles podem servir de inspiração para a síntese de novas estruturas químicas com ação potencializada
Rafael Guido, professor do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP)
Para Roberto Berlinck, professor do Instituto de Química de São Carlos (IQSC-USP), que também assina o paper, o achado evidencia a importância da biodiversidade brasileira, que está sob risco
Nick Hobgood/Wikimedia Commons
Não costumamos relacionar o impacto negativo das mudanças climáticas à descoberta de novos fármacos, ou, mais especificamente, à cura de doenças. As esponjas Monanchora arbuscula vivem em um ambiente que está ameaçado com o aquecimento dos oceanos. Portanto, um produto natural que estamos apenas iniciando a investigação pode desaparecer
Roberto Berlinck, professor do Instituto de Química de São Carlos (IQSC-USP)
Além de combater a malária, as substâncias retiradas de esponjas marinhas também têm apresentado atividade antiparasitária contra outras doenças, como leishmaniose e Chagas
Nick Hobgood/Wikimedia Commons