Efeito placebo: como nosso cérebro pode ser enganado por remédio falso?

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Quando sentimos dor, é comum procurarmos alívio de alguma forma. Como resultado dessa expectativa, o cérebro pode buscar maneiras de aliviar essa dor e, de fato, levar a uma melhora do sintoma, mesmo quando não há uso de medicamentos eficazes para isso

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Esse fenômeno é tecnicamente conhecido como “efeito placebo” e sua existência tem sido documentada há décadas

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Em ensaios clínicos, que avaliam a eficácia de um medicamento para tratar uma determinada doença, o efeito placebo é comumente visto nos grupos de controle (que não recebem a substância em teste)

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Essas pessoas recebem uma pílula falsa e espera-se que ninguém do grupo veja benefício ao receber esse tipo de tratamento. Ainda assim, alguns participantes relatam benefício.

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A forma como o efeito placebo acontece era, até então, desconhecida. Porém, um novo estudo publicado na prestigiosa revista científica Nature descobriu uma peça-chave do quebra-cabeça de como o efeito placebo acontece, principalmente na redução da dor

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Para realizar o estudo, os pesquisadores geraram a expectativa de alívio da dor em camundongos

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Enquanto os ratos estavam experimentando o efeito placebo, os cientistas usaram experimentos que os ajudaram a ver e estudar a complexa neurobiologia do efeito placebo até os circuitos cerebrais, neurônios e sinapses por todo o cérebro

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Os cientistas descobriram que, quando os ratos tinham a expectativa de alívio da dor, os neurônios do córtex cingulado anterior projetavam seus sinais para o núcleo pontino, uma via que não tinha função estabelecida na dor ou no alívio do sintomas

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Segundo os pesquisadores, a expectativa de melhora do sintoma aumentou os sinais ao longo dessa via

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Todos nós sabemos que precisamos de melhores maneiras de tratar a dor crônica, particularmente tratamentos sem efeitos colaterais prejudiciais e propriedades viciantes. Acreditamos que nossas descobertas abrem a porta para atingir essa nova via neural da dor para tratar as pessoas de uma maneira diferente, mas potencialmente mais eficaz

Greg Scherrer, professor associado do Departamento de Biologia Celular e Fisiologia da UNC