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Em um episódio da série animada Gravity Falls, os moradores de uma pequena cidade celebram o “Summerween” — um Halloween no auge do verão, com abóboras de óculos escuros e fantasias adaptadas ao calor. A data, fictícia, ultrapassou a tela e conquistou adeptos no mundo real
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Mas por que estão sendo criadas novas comemorações ou reinventadas festas já existentes? E o que acontece quando quem se recusa a participar dessas performances e é punido com exclusão ou julgamento?
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O fenômeno crescente das festas temáticas fora de época — como Natal em julho, Carnaval particular ou mini Copas em anos ímpares — pode ser entendido como uma forma de escapismo temático: uma tentativa simbólica de reinventar o cotidiano, evitar o tédio e anestesiar angústias
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Criamos rituais lúdicos não só para nos distrair, mas também para fugir de reflexões incômodas sobre nós mesmos, nossas escolhas e o lugar que ocupamos no mundo. Questionar ou destoar desse fluxo, em muitos ambientes, virou tabu
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O lúdico é parte importante da saúde mental: organiza emoções, fortalece vínculos sociais e alivia o estresse. Mas há um limite entre usar a fantasia como expressão saudável e transformá-la em fuga constante
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Quando a vida vira uma sequência de eventos temáticos, há o risco de o escapismo se tornar uma evasão emocional crônica — um modo de evitar o contato com sentimentos reais, muitas vezes dolorosos, mas necessários
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Isso não significa que festas criativas devam ser rejeitadas. Pelo contrário: elas podem ser ferramentas poderosas de cuidado e conexão, especialmente quando envolvem afeto, autenticidade e partilha. O problema está quando o ritual substitui o real e a fantasia se torna o único território possível
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Ao celebrar um Halloween fora de época, talvez estejamos só brincando. Mas, talvez, sem perceber, também estejamos pedindo uma trégua. E nesse pedido silencioso, o que está em jogo é o modo como lidamos com as dores, os vazios e as responsabilidades que fazem parte do crescer
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