Imortalidade após transplante? Saiba verdade sobre declaração de Xi e Putin

UmeSa Memon/Pexels

Uma conversa entre o líder da China, Xi Jinping, e o presidente russo, Vladimir Putin, repercutiu após os governantes debaterem transplantes de órgãos e a possibilidade de humanos viverem até 150 anos

Repordução/Reuters

O médico Phillip Bachour, presidente da Comissão de Transplante de órgãos do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, responde à CNN se há chances de que isso aconteça

Anna Shvets/Pexels

Essa ideia de que a gente vai fazer transplantes repetidos e que isso pode alcançar a imortalidade, ou uma vida muito mais longa do que a esperada, é uma ideia fantasiosa, muito longe da realidade. Quando a gente fala de longevidade, se você pegar os centenários, eles habitualmente têm poucas doenças durante a vida

Phillip Bachour, presidente da Comissão de Transplante de órgãos do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

De acordo com o médico, a ciência atual pode atestar apenas que pessoas que fazem atividade física regular e têm bom condicionamento, massa muscular e alimentação adequada tendem a viver mais

LOGAN WEAVER | @LGNWVR/Unsplash

O transplante de órgãos aumenta a sobrevida, mas não no sentido de prolongar a vida indefinidamente. Ele é indicado para pacientes com falência orgânica. Por exemplo, se a pessoa tem falência do fígado, o transplante aumenta sim a expectativa de vida, mas não significa que viverá mais que pessoas sem transplante

Phillip Bachour, presidente da Comissão de Transplante de órgãos do Hospital Alemão Oswaldo Cruz

Ele também compara a declaração do chinês sobre humanos viverem até 150 anos com as possibilidades, por exemplo, da existência de carros voadores ou de morar em Marte

Eve/Embraer/Divulgação

Considerando que experimentos iniciais em xenotransplante — transplante de órgãos de animais em humanos — estão criando possíveis caminhos para salvar vidas, o médico também detalha se isso poderia tornar viável a longevidade citada por Xi Jinping

cottonbro studio/Pexels

"Xenotransplante, por exemplo, já foi aprovado em experimentos pelo FDA, mas ainda é cedo para entender seus impactos. Cada órgão tem sua própria expectativa: rins podem durar décadas, pulmões raramente mais de quatro anos", diz

Zeynep Özata/Pexels

"Não temos literatura científica que respalde a ideia de transplantes como forma de aumentar a longevidade da população em geral. Eles melhoram a sobrevida de quem já está doente, mas não mudam o panorama populacional", garante

Jonathan Borba/Pexels