Projeto Jardim da Botânica USP
Abacaxi-do-cerrado, angelim-rasteiro, araçá-do-campo, araticum, caraguatá, lobeira e pequi são os frutos esmiuçados por pesquisadores em uma parceria da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ambas no interior paulista
Arley da Cruz/Wikimedia Commons
Publicado no periódico Brazilian Journal of Food Technology, o trabalho detalha a composição nutricional desses alimentos. “A ideia de analisar essas espécies surgiu de outro estudo nosso, sobre a dieta do lobo-guará e do cachorro-do-mato”, conta o biólogo Renato D'Elia Feliciano
Projeto Jardim da Botânica USP
Segundo Feliciano, os hábitos alimentares desses animais deram pistas sobre o potencial para uso humano. A seguir, conheça algumas características dos frutos analisados
Embrapa/Claudio Bezerra Melo
Abacaxi-do-cerrado Com apelo ornamental, seu uso alimentício é muito restrito às populações locais. Além do bom teor proteico, outras análises mostram que concentra fibras e oferece bromelina, uma enzima que tem a capacidade de quebrar proteínas e seria aliada da digestão
Projeto Jardim da Botânica USP
Angelim-rasteiro A espécie ostenta uma flor belíssima, mas seu fruto não conta com a mesma popularidade. Há poucas informações sobre sua composição e, apesar do uso medicinal pelos povos originários, são necessários estudos para avaliar sua potencial toxicidade
Programa REFLORA/Domingos Cardoso
Araçá-do-campo Ele faz parte da família Myrtaceae. Existem diversos tipos de araçás, sendo o de nome científico Psidium grandifolium um dos mais desconhecidos. O fruto, de coloração amarelo-claro, quando maduro tem gosto suave
RubensL/Wikimedia Commons
Araticum Cada fruto pode chegar a 2 quilos e 10 centímetros de diâmetro. A polpa perfumada é rica em fibras, as guardiãs do intestino. Oferece ainda minerais como o potássio e compostos fenólicos de ação antioxidante e protetora das células
Fernando Tatagiba/Wikimedia Commons
Caraguatá Contém a bromelina, com suas propriedades digestivas. A polpa amarelada, ácida e bastante perfumada, é rica em fibras e tem sido utilizada na produção de refrescos e até de uma farinha que enriquece biscoitos, entre outros produtos
Instituto Auá/Divulgação
Lobeira Também chamado de fruta-do-lobo, porque o lobo-guará é um dos maiores consumidores. Costuma ser usada no preparo de geleias e compotas. Quando está verde, concentra altos teores de alcaloides que podem ser tóxicos, daí a recomendação de utilizar depois de madura
João Medeiros/Flickr
Pequi Enriquece o arroz e realça receitas como a de galinhada, com sua cor amarela. Essa coloração vem dos carotenoides – grupo de substâncias de potente ação antioxidante. É rica em gorduras benéficas
Matheus Hidalgo/Wikimedia Commons