Teste permite identificar infecção prévia por zika e pela dengue

Joao Paulo Burini via Getty Images

Pesquisadores brasileiros desenvolveram uma forma simples e rápida de identificar pessoas previamente expostas a cada um dos quatro sorotipos do vírus da dengue, bem como ao vírus zika

Pixabay

Trata-se de um teste imunoenzimático do tipo ELISA, plataforma amplamente utilizada em laboratórios de análises clínicas do país, passível de ser adaptado para outras tecnologias automatizadas e testes rápidos do tipo point of care

Divulgação/Governo do estado de São Paulo

O trabalho foi conduzido no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP), em parceria com cientistas da Faculdade de Medicina (FM-USP) e da Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob), estes liderados pelo professor Jaime Henrique Amorim

Reprodução/UFOB

Com o objetivo de tornar mais preciso o exame que detecta anticorpos presentes no sangue de pessoas previamente infectadas, mesmo aquelas sem sintomas aparentes, os pesquisadores utilizaram fragmentos de proteínas dos vírus, em particular a proteína do envelope viral

Pixabay

Durante o estudo, financiado pela Fapesp por meio de seis projetos e conduzido durante o doutorado de Samuel Santos Pereira no ICB-USP, o teste foi inicialmente validado com amostras de sangue de camundongos experimentalmente infectados com os vírus DENV e ZIKV

unoL/Getty Images

Também testamos 318 amostras de soro colhidas de pessoas saudáveis na cidade de Barreiras [oeste da Bahia, região endêmica para DENV e outros arbovírus], sem diagnóstico prévio de dengue, como forma de avaliar a capacidade de monitoramento do teste para anticorpos específicos gerados após exposição aos vírus

Luís Carlos de Souza Ferreira, professor do ICB-USP e coordenador do trabalho

Segundo o pesquisador, cerca de 65% das amostras reagiram com pelo menos um antígeno de dengue (88 apenas com o sorotipo 1 e 90 delas com mais de um tipo de DENV). Curiosamente, apenas três amostras foram reativas para ZIKV

Joao Paulo Burini/GettyImages

De acordo com Ferreira, no caso de uma nova epidemia, o teste desenvolvido no ICB permitirá identificar indivíduos e populações sem imunidade contra os tipos de DENV circulantes e implementar medidas dirigidas de prevenção, seja para o combate ao vetor ou a aplicação de vacinas

REUTERS/Paulo Whitaker