Tuberculose: encarceramento é o principal fator de risco na América Latina

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Uma pesquisa inédita, realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), avaliou o impacto total da epidemia de tuberculose na população privada de liberdade. Segundo a análise, o encarceramento é o principal fator de risco da doença na região

 Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Os dados foram coletados entre 1990 e 2023 nos países participantes da pesquisa com o objetivo de entender o impacto do aumento nas prisões sobre a saúde pública

Wilson Dias/Agência Brasil

A pesquisa verificou que o aumento da privação de liberdade desde 1990 resultou num número estimado de 34.393 casos excessivos de tuberculose incidentes em 2019 nos países analisados

Divulgação/CNJ

Naquele ano, 27,2% dos casos novos foram relacionados ao encarceramento, mais do que a porcentagem atribuível a qualquer outro fator de risco, incluindo HIV e desnutrição

Gláucio Dettmar/Agência CNJ

A análise concluiu que, em comparação com o atual cenário das políticas de privação de liberdade, as intervenções nessa área poderiam reduzir em mais de 10% a futura incidência da tuberculose na população geral do Brasil, na Colômbia, na Argentina, em El Salvador e no Peru

Luiz Silveira/Agência CNJ

Pessoas privadas de liberdade são ainda mais expostas às condições que promovem a transmissão e a progressão da doença, como superlotação, ventilação precária, desnutrição e acesso limitado a cuidados de saúde

Luiz Silveira/Agência CNJ

Juntos, esses fatores contribuem para que taxas de tuberculose sejam 26 vezes maiores entre pessoas privadas de liberdade do que na população em geral na América do Sul

Luiz Silveira/Agência CNJ

O estudo também projetou o que poderia acontecer até 2034 em três diferentes cenários, em que as taxas de privação de liberdade diminuem de maneira controlada

Ricardo Wolffenbüttel/ SECOM

Essas simulações mostraram que menos pessoas privadas de liberdade significaria menos tuberculose até 2034, o que sugere que políticas de redução no encarceramento poderiam ter um impacto positivo na saúde pública

Jaqueline Noceti/Secom