Doação de órgãos: um doador pode salvar até oito vidas, diz especialista

Breno Esaki/Agência Saúde DF

O Brasil é referência em transplante de órgãos e possui o maior programa público do procedimento no mundo — cerca de 90% das cirurgias é feita no Sistema Único de Saúde (SUS)

Breno Esaki/Agência Saúde

A doação de órgãos é essencial nesse processo. No entanto, de cada 14 pessoas que manifestam interesse em doar, apenas quatro acabam, de fato, efetuando a doação. O principal motivo para isso ainda é a resistência das famílias

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“A gente faz uma conta que um doador pode salvar cerca de oito vidas”, afirma Fernando Bacal, diretor do Núcleo de Transplantes também do Incor

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Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil é, em números absolutos, o segundo maior transplantador do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. A rede pública de saúde fornece aos pacientes assistência integral e gratuita

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Só em 2023, foram realizados quase 26 mil transplantes de órgãos, tecidos e medula óssea, segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). Entre janeiro e março de 2024, ocorreram cerca de 6,7 mil cirurgias, sendo mais de 1,3 mil relacionadas ao rim

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Essa questão de ser uma lista única por gravidade, e não por qualificação social ou administrativa, é o que motiva as pessoas a doarem, porque elas sabem que o órgão delas vai ser bem utilizado, vai ser utilizado por quem de fato precisa

Paulo Manuel Pêgo Fernandes, professor-titular do Departamento de Cardiopneumologia do Incor

“A gravidade é o que manda, independentemente da classe social do paciente. O critério que leva um paciente a fazer um transplante é a prioridade clínica e o tempo de espera em fila. Os pacientes estão em posições iguais”, complementa Bacal

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Segundo os especialistas, o que precisa melhorar ainda hoje no Brasil é a pulverização de centros especializados. Bacal afirma, por exemplo, que na região Norte não tem nenhum, o que pode dificultar a captação e o implante

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No caso do coração, por exemplo, que tem menor resistência, os especialistas precisam realizar todo o processo em torno de 4 a 5 horas. “Se você tiver um doador no Amazonas para usar em São Paulo, já não dá tempo”, afirma Fernandes

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A morte cerebral no Brasil é super checada, muito mais do que em outros países. A nossa legislação é muito restrita, é super rigorosa, para ter certeza de que não há nenhuma dúvida de que aquele paciente tem morte encefálica. Portanto, não tem nenhum risco de ser utilizado órgão de alguém que não tenha falecido

Paulo Manuel Pêgo Fernandes, professor-titular do Departamento de Cardiopneumologia do Incor