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A revista Harvard Business Review publicou no mês passado um levantamento que mostra que o aconselhamento terapêutico se tornou o principal objetivo das pessoas ao utilizar ferramentas de IA, ao lado da busca por companhia
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Chatbots são capazes de simular conversas e gerar textos similares aos escritos por humanos. Essa humanização forjada tem encantado muitos usuários, que passaram a confiar intimidades e angústias a essas ferramentas e encarar a interação como uma terapia
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Esses sistemas são cada vez mais sofisticados e treinados para reconhecer os padrões usados no dia a dia, para prever quais palavras ou frases devem vir em sequência, baseadas nas palavras anteriores. Eles não só entendem palavras, mas também conseguem captar o tom, a intenção e ajustar respostas baseadas em padrões, não em um raciocínio
Victor Hugo de Albuquerque, professor do Departamento de Engenharia de Teleinformática da Universidade Federal do Ceará
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A resposta empática, que demonstra compreensão com a dor do outro e pergunta mais detalhes sobre o seu sofrimento, não passa de uma sequência de palavras organizadas de acordo com um padrão de linguagem, “aprendido” após analisar um volume enorme de dados
Essas ferramentas estão disponibilizadas sem qualquer tipo de regulação em relação à privacidade de dados no contexto da saúde. [...] Já ocorreram vários incidentes de pessoas que compartilharam suas informações pessoais e acabaram tendo essas informações utilizadas por terceiros ou vazadas. E, no contexto da psicoterapia, das questões de sofrimento e saúde mental, é um risco muito grande
Leonardo Martins, professor de psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro
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Martins é contra a “demonização” das ferramentas digitais, mas pondera que elas só são confiáveis quando desenvolvidas por profissionais responsáveis, amparados por estudos sérios
Um estudo mostrou claramente como esses modelos tendem a dar a resposta que eles concluem que vai agradar ao usuário. [...] Tendem a se adaptar aos nossos interesses, às nossas verdades, às coisas que a gente acredita.. E muitas vezes o espaço de procurar ajuda médica, ajuda psicológica, é justamente o contrário. Pra gente poder perceber que alguma coisa que está fazendo, que o jeito que está pensando talvez produza mais prejuízos do que benefícios
Leonardo Martins