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O vício em jogos, reconhecido como um transtorno pela comunidade médica, tem despertado interesse quanto à sua origem
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No programa Sinais Vitais, o dr. Roberto Kalil debateu, com especialistas da Universidade de São Paulo (USP), a possível influência genética neste comportamento aditivo, lançando luz sobre um tema cada vez mais relevante na sociedade atual
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Hermano Tavares, professor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, afirma que a psiquiatria atribui aproximadamente 50% da causa dos transtornos à herança genética, enquanto os outros 50% seriam influenciados por fatores ambientais
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No entanto, ele ressalta que essa proporção pode variar de acordo com o transtorno específico e o perfil do paciente
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Tavares explica que em casos de pacientes do sexo masculino com expressão precoce do transtorno - envolvimento com apostas antes dos 15 anos - e com histórico familiar, o fator genético pode chegar a 60%
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A psicóloga Maria Paula Magalhães, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, chama a atenção para o papel do ambiente na manifestação do transtorno. Ela destaca a preocupação com a publicidade, disponível 24 horas por dia em diversos canais
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"Quem joga e quer parar de jogar não consegue", alerta Magalhães. A onipresença da publicidade de jogos - em celulares, transmissões esportivas e até no rádio - cria um ambiente propício para o desenvolvimento e manutenção do vício
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Os especialistas também alertam para a crescente sofisticação dos jogos, projetados para atrair e manter a atenção dos usuários
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Elementos como rapidez, músicas e cores vibrantes são estrategicamente utilizados para promover o que a indústria chama de "fidelização" e "engajamento". Na perspectiva médica, esses mesmos elementos são vistos como facilitadores da dependência
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Embora a genética possa predispor alguns indivíduos ao vício em jogos, os especialistas enfatizam que as escolhas pessoais e o ambiente desempenham papéis cruciais
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A exposição constante à publicidade e a natureza viciante dos jogos modernos são fatores ambientais significativos que podem desencadear ou exacerbar o transtorno, mesmo em pessoas sem predisposição genética aparente
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