Divulgação/NASA
Com um cenário comum ao fundo — a presença de água líquida no passado e uma transição climática nos períodos Noachiano e Hesperiano em Marte — dois estudos recentes oferecem perspectivas conflitantes sobre o clima antigo do planeta vermelho
NASA
A queda na temperatura exige mais energia do corpo para manter o aquecimento interno, o que aumenta a sensação de fome. Os dias mais curtos e com menos exposição ao sol, típicos do inverno, também reduzem a produção de serotonina, neurotransmissor ligado ao bem-estar
Sciepro/Getty Images
O primeiro deles, uma análise geomorfológica orbital, foi apresentado por Adam Losekoot, da Open University, no Encontro Nacional de Astronomia 2025. O outro, uma modelagem climática computacional, foi publicado na Nature por Edwin Kite e sua equipe
NASA/JPL-Caltech
Ambos os estudos compartilham alguns pontos: havia água líquida superficial no Marte antigo, há bilhões de anos, com atividade fluvial e deposição de sedimentos. Também concordam que Marte passou por uma transição climática no período Noachiano-Hesperiano, de quente para frio
NASA/JPL/Caltech/Universidade de Cornell
Mas os dois modelos climáticos divergem frontalmente. Losekoot defende fases longas de clima ameno e úmido, com rios duradouros e sedimentos acumulados. Já Kite propõe um Marte frio e árido, onde a água líquida surgia apenas em raros oásis
ESA/DLR/FU Berlin
Essas visões têm implicações sob a habitabilidade marciana. Os ambientes descritos no modelo de Losekoot são estáveis e favoráveis ao desenvolvimento e persistência de vida. O cenário de Kite é mais extremo e limita qualquer possibilidade biológica a nichos subterrâneos
NASA/JPL-Caltech
Entretanto, com base em descobertas recentes do Curiosity, de alcanos de cadeia longa (moléculas semelhantes às produzidas por seres vivos), Kite afirma em um comunicado: "Acho que ainda não podemos fechar completamente a porta para a vida marciana"
ESA/DLR/FU Berlim