Centro de Banco de Dados para Ciências da Vida (DBCLS)/Wikimedia Commons
As interações entre predadores e presas influenciaram diretamente na extinção de espécies como tigres-dentes-de-sabre e foram responsáveis pelo fim da grande diversidade de antilocaprídeos, hoje reduzida a uma única espécie, o antílope-americano
Ilustração Felipe Capoccia/Unicamp
É o que revela dois novos estudos apoiados pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) em parceria com pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas)
Ilustração Felipe Capoccia/Unicamp
Os pesquisadores utilizaram bancos de dados de fósseis, estimativas de tamanho corporal e dados sobre a variação climática na América do Norte e na Eurásia nos últimos 20 milhões de anos para traçar a história evolutiva e as interações que podem ter influenciado sua extinção
Wilfredor/Wikimedia Commons
Esses felídeos formam um grupo cuja principal característica são os caninos alongados, o que sugere que seriam predadores especializados em caçar grandes animais
Jaaproosart/Wikimedia Commons
Uma das hipóteses com mais atenção na literatura era a de que o fim dos tigres-dentes-de-sabre poderia estar ligado à extinção da megafauna no final do Pleistoceno, que ocorreu entre 50 mil e 11 mil anos atrás. Esses animais de grande porte foram extintos por conta de mudanças climáticas e ações humanas e, com isso, os predadores teriam ficado sem suas principais presas
João Nascimento, primeiro autor dos estudos
No outro trabalho, publicado na revista Evolution, os autores observaram uma correlação no sentido oposto. O aumento da diversidade de predadores fez com que a diversidade de espécies de um grupo de herbívoros, os antilocaprídeos, declinasse
Ilustração Felipe Capoccia/Unicamp
A grande contribuição desse conjunto de trabalhos é justamente trazer a noção de que a interação entre predadores e presas pode ter efeito nos grandes padrões evolutivos. Isso era debatido há décadas, mas não havia um conjunto de resultados realmente robusto dando suporte a essa hipótese
Mathias Pires, professor do IB-Unicamp